Ars Ultima é a expressão suprema do domínio conceitual de Caeliel, um poder que transcende a mera manipulação de energia ou matéria e lhe permite impor diretamente conceitos metafísicos à estrutura da realidade. Ao ativar este estado, Caeliel não dispara flechas comuns, mas transforma sua ação em uma dobra causal, atribuindo propriedades abstratas como “perfurar”, “dividir” ou “atravessar” ao espaço, forçando o mundo a aceitar tais imposições como inevitáveis. Cada uso do Ars Ultima representa uma intervenção deliberada na tessitura ontológica, dobrando leis naturais pela via da vontade e do controle espiritual absoluto. Essa capacidade, entretanto, não é isenta de riscos: ao impor conceitos à realidade, Caeliel enfrenta o chamado risco ontológico, uma tensão gerada entre sua essência espiritual e a estrutura do mundo, que, se mal gerida, pode provocar falhas, retroalimentações ou mesmo a fragmentação parcial de sua integridade espiritual. Para evitar tais consequências, Caeliel limita-se a sustentar apenas uma manifestação conceitual por vez, com tempo suficiente entre os usos para estabilizar sua presença e reconstituir a harmonia entre sua vontade e o tecido da realidade. O processo exige foco extremo, mas não o fragiliza fisicamente; a exaustão ocorre no plano metafísico, e não no fisiológico. A principal técnica derivada desse poder é Raiden, uma manifestação pura do conceito de “perfuração absoluta”, canalizada através de seu arco. Ao ativar Raiden, o arco de Caeliel altera sua forma, assumindo um aspecto imaterial e resplandecente, como se sua própria natureza se adequasse ao princípio que está prestes a impor.
O disparo não possui substância física: é uma linha de causalidade que, uma vez traçada, impõe à trajetória o caráter inexorável de atravessar tudo o que ocupa ou define espaço, ignorando qualquer resistência, seja ela material, espiritual ou dimensional. Ainda assim, Raiden possui limites claros: não pode ser executado em sucessão, pois cada dobra conceitual requer um intervalo mínimo para que Caeliel restaure o equilíbrio entre sua essência e o mundo; quanto mais extensa ou complexa a trajetória, maior o esforço espiritual necessário, aumentando o risco ontológico e tornando a técnica menos estável. Além disso, sua eficácia está restrita a alvos que possuam forma ou estrutura espacial; fenômenos puramente mentais, manipulações temporais ou entidades desprovidas de localização concreta permanecem imunes à imposição do conceito de perfuração.