“Mesmo na sombra que me cerca, busco a luz que me foi negada — pois é no silêncio do esquecimento que se forja o verdadeiro destino.”
Nos recessos insondáveis e indizíveis dos reinos celestes, onde a luz pura se desfaz em véus diáfanos e se entrega ao abismo primordial do nada, nasceu Caeliel — um tênue lampejo, um brilho vacilante e efêmero. Sua alma era um paradoxo vivo, marcado pela herança de sua estirpe híbrida: os aengels, seres de luz pálida e frágil, cuja essência jamais tocara os píncaros sagrados, territórios celestes vedados aos incompletos, reservados somente aos anjos íntegros e consagrados.
Portador das asas etéreas de sua origem, Caeliel ostentava apêndices de beleza pétrea, magníficos, porém inúteis, estandartes silenciosos de um voo jamais experimentado, relíquias de uma glória eternamente alheia, vestígios de um poder jamais conquistado.
Todavia, em oposição ao silêncio da resignação ou à vaidade estridente de seus pares — que se perderam no vazio ou na ilusão — Caeliel ardeu em um fogo inextinguível, uma chama de vontade inquebrantável. Ele desejava, através da labuta e da dor, tornar-se o espelho resplandecente do dever, da virtude e da ordem supremas.
Durante eras infinitas, ele forjou-se no rigor do aperfeiçoamento, tornando-se arqueiro das sombras, mestre do silêncio e da distância, não por dom divino, mas por um esforço infindo. Cada flecha disparada era um fragmento reluzente da luz primordial, um símbolo da pureza celestial que ele lutava por inscrever em sua alma imperfeita.
Sua precisão tornou-se lenda, um sussurro inevitável que reverberava pelos planos. Sua serenidade, imperturbável e solene em meio à batalha, refletia a harmonia oculta que buscava, em segredo, ao longo dos milênios.
O destino de Caeliel selou-se na fundação da Primeira Trombeta, confraria dos celestiais incumbidos de anunciar os juízos inexoráveis, os primeiros arautos das mudanças cósmicas e do fim dos tempos. Apesar de ser considerado um aengel — ser incompleto, marginal —, sua fé inabalável e habilidades soberbas lhe garantiram o único ingresso de sua raça na guilda, não por misericórdia, mas por mérito inquestionável.
No austero círculo arcano da Primeira Trombeta, Caeliel conquistou, com gélida determinação, o título que o eternizaria: “O Primeiro Sinal”. Era ele, invariavelmente, quem, nas missões mais implacáveis, disparava a flecha inaugural — o marco irrevogável do julgamento vindouro. Tal qual o retumbante som da trombeta que rompe o silêncio dos mundos, anunciando o desdobrar da ordem divina, sua flecha rasgava o firmamento com precisão fatal, dissolvendo dúvidas e inaugurando o espetáculo inexorável da justiça.
Jamais renegou sua origem nem ocultou a marca que o acompanhava desde o nascimento. Ao contrário, transmutou a fraqueza em força, provando que não é a pureza inicial que define o ser, mas a capacidade de transcender limites e buscar a luz, mesmo destinado a habitar as sombras.
Assim prossegue, até o ocaso da Criação, até o derradeiro dia dos tempos. Quando, nos confins do universo, ecoa a Primeira Trombeta — profunda e retumbante — muitos percebem, com temor reverente, que ali, na fronteira do caos onde a ordem se desfaz e se refaz, está Caeliel, o Primeiro Sinal, com seu arco tensionado e olhar sereno, pronto para lançar, mais uma vez, a flecha inaugural do juízo final.
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