Nas colinas suaves de Vale-Orvalho, um vilarejo quase esquecido entre bosques encantados e riachos de águas cintilantes, nasceu Lidin — um pequenino de olhos vivos, coração inquieto e fé inabalável. Com pouco mais de um metro de altura, mas com uma alma do tamanho do mundo, Lidin cresceu entre contos antigos, ervas medicinais e orações sussurradas sob a luz das estrelas.

Filho do curandeiro local e de uma ex-contadora de histórias, Lidin sempre foi fascinado por tudo que havia além dos limites da aldeia. Mas não foi a curiosidade que o levou ao caminho do clero — foi a compaixão. Desde cedo, demonstrava uma bondade rara, cuidando de animais feridos, levando conforto aos doentes e espalhando esperança entre os tristes. Aos doze invernos, teve uma visão ao lado do antigo carvalho do vilarejo: uma luz suave, envolta em cantos celestiais, que sussurrava um chamado.

Lidin entendeu. Ele havia sido escolhido.

Aos poucos, foi instruído pelos monges do Santuário da Aurora, aprendendo sobre as palavras sagradas, os rituais de cura e a arte de conjurar luz em tempos de trevas. Embora pequeno em estatura, sua presença era reconfortante — como uma vela acesa em noite de tempestade.

Agora, com sua fé firmada, seu cajado abençoado e um amuleto de prata dado por sua mãe, Lidin parte pela primeira vez além das fronteiras de Vale-Orvalho. Sua missão é simples, mas grandiosa: levar consolo aos aflitos, curar os quebrados e aprender, em carne e espírito, o que significa ser verdadeiramente um servo da luz.

O mundo, vasto e selvagem, não está preparado para Lidin — e ele também não está totalmente preparado para o mundo. Mas passo a passo, prece a prece, ele traça o início de sua jornada, onde a coragem será provada, a fé será desafiada e o pequeno clérigo poderá descobrir que até os menores podem deixar as maiores marcas.