A marca do Devorador não é apenas um dom — é uma condenação velada, uma dança entre poder e ruína. O portador dessa habilidade torna-se um receptáculo espiritual voraz, capaz de absorver a alma de qualquer criatura que pereça por suas mãos. O processo exige um vínculo direto: seja um toque consciente no momento da morte, seja a canalização de uma habilidade específica que arranque a essência do alvo como se fosse uma raiz puxada do solo da realidade. Ao absorver a alma, o portador sente uma torrente de sensações, memórias e resquícios do ser consumido. Não é apenas energia: é identidade. Cada alma traz força, resistência, vitalidade e, com o tempo, o despertar de habilidades únicas herdadas dos caídos — feitiços esquecidos, dons arcanos, mutações físicas ou mesmo fragmentos de conhecimento proibido.

No entanto, esse poder vem com um preço cruel e inevitável. A cada alma devorada, uma parte do portador é consumida junto. O fardo das almas começa como um sussurro distante, mas logo se transforma em gritos sobrepostos, vozes que discutem entre si, julgando, suplicando ou tentando dominar. O portador passa a questionar o que ainda é dele e o que pertence aos que foram absorvidos. Memórias se misturam. Desejos estranhos nascem. Paranoia se instala. E, pouco a pouco, a humanidade começa a se desfazer como cinzas ao vento. As mais poderosas almas — de magos, anciões, heróis ou aberrações — impõem uma luta interna mais feroz. Algumas tentam retomar o controle do próprio corpo através de possessão parcial. Outras envenenam o espírito com visões ilusórias, traumas, ou emoções tão intensas que o portador não consegue mais distinguir o real do imaginado. Há relatos de Devoradores que perderam totalmente a sanidade, tornando-se cascas tomadas por um coro de almas fragmentadas, vagando como lendas temidas em ruínas esquecidas. Para manter o domínio sobre si, o portador deve possuir uma força de vontade colossal — ou recorrer a rituais de purificação constantes, selos de contenção espiritual, ou pactos com entidades ainda maiores que sustentem sua mente no limiar. Devorar almas é se alimentar da vida — mas também do vazio, da dor, dos arrependimentos e dos segredos que a alma levava. E tudo isso fica preso… dentro.

A cada alma consumida, o poder cresce. Mas o preço… também cresce com ela. Até que, um dia, o portador olhe para o espelho… e não saiba mais qual das vozes é a sua.

Ao ativar esta forma, o corpo do conjurador responde ao chamado do mundo profundo. Ossos se enrijecem, músculos se expandem como placas tectônicas em colisão, e a pele assume o aspecto de pedra viva — por vezes coberta de musgo, por vezes marcada com runas antigas que brilham em fulgor terroso. Os olhos brilham em âmbar antigo, como se encerrassem séculos de quietude sob a terra. Não é mais carne, mas rocha pulsante; não é mais apenas um ser — é o eco do mundo mineral em marcha. Durante esse estado, o coração torna-se uma bigorna emocional: o medo não o dobra, o caos não o toca. As emoções se tornam lentas e profundas, imóveis como cavernas milenares. É a força que observa o tempo passar sem pressa, pois sabe que tudo eventualmente retorna ao pó. Concede imunidade total a magias de terra e venenos naturais ou mágicos. Ganha resistência extrema a ataques físicos e blindagem parcial contra projéteis e explosões mágicas. Cada ataque corpo a corpo gera tremores sísmicos, capazes de desestabilizar o chão, quebrar armas frágeis ou derrubar inimigos com impacto brutal. Magias de terra conjuradas durante esse estado manifestam-se com maior alcance, densidade ou tempo de permanência — como se canalizadas diretamente do coração das montanhas. A Forma Telúrica permanece ativa por 3 turnos. Ao término, o conjurador é dominado por um colapso gravitacional interno: os músculos tornam-se rígidos, e o corpo parece carregar o peso do mundo. Isso resulta em redução de VELOCIDADE e DESTREZA em -1 nível por 1 turno.

Ao invocar esta transformação, o corpo do conjurador abandona sua forma sólida como se cedesse ao chamado ancestral dos abismos. A carne se dissolve em névoa espessa, e então se reconstrói em fluxo contínuo, moldando uma nova forma — instável, fluida e hipnótica como o ventre do oceano. A pele adquire o brilho enigmático das profundezas, pulsando em tons de azul-escuro, e os membros se alongam com a maleabilidade das marés. O rosto torna-se um véu translúcido, onde olhos brilham como lanternas esquecidas no fundo do mar. O ser que emerge já não pertence ao mundo fixo da matéria. Ele é fluxo. Ele é lembrança. Ele é espírito líquido. Durante esse estado, a mente silencia — como o fundo de uma fossa oceânica — e os pensamentos deslizam lentos e pesados, profundos como correntes que arrastam navios. Emoções tornam-se vastas, ancestrais e difíceis de decifrar, como se a alma do conjurador fosse banhada por memórias aquáticas esquecidas. O corpo adquire intagibilidade parcial, conferindo resistência elevada a ataques físicos (meio dano) e imunidade total contra magias de água e gelo. Ataques físicos desferidos pelo usuário causam dano reduzido, mas cada toque conduz magias aquáticas com o dobro da potência — seja amplificando o efeito ou ampliando a área de impacto. A Forma permite ao usuário atravessar fendas, grades, ou contenções físicas, contorcendo-se em estado líquido.A pressão mágica que tentaria selar, prender ou paralisar o conjurador se torna quase ineficaz, pois sua essência escapa pelas frestas do mundo sólido. A Forma Aquática dura 3 turnos, podendo ser encerrada a qualquer momento. No entanto, ao retornar à carne, o conjurador sofre um choque térmico espiritual, provocando entorpecimento e resfriamento. Isso reduz sua INICIATIVA e RESISTÊNCIA em -1 nível por 1 turno.

Ao ativar esta habilidade, o conjurador abandona os limites da matéria e entrega-se à essência do vento. Correntes etéreas envolvem sua carne como véus dançantes, até que sua silhueta se torne turva e ondulante, como miragem sob o sol do deserto. Os cabelos se elevam em fios soltos, levados por brisas invisíveis, e seus olhos irradiam uma luz prateada translúcida — o reflexo de um espírito que toca os céus. O corpo se dissocia do plano físico, tornando-se leve como o ar rarefeito dos picos celestes e fluido como o sussurro de uma tempestade distante. É uma transformação não apenas física, mas espiritual: o conjurador passa a existir entre o mundo visível e o invisível, onde a matéria cede à liberdade dos ventos primordiais. Durante esse estado, seus pensamentos tornam-se intuitivos, velozes como trovões, e memórias esquecidas de uma liberdade ancestral voltam à superfície. Torna-se intangível a ataques físicos diretos (armas não encantadas ou não espirituais não o atingem). Ganha imunidade completa a magias de vento e relâmpago. Os movimentos se tornam quase invisíveis, ganhando impulso aéreo e permitindo atravessar barreiras frágeis (como grades, véus de energia instáveis ou janelas). A Forma Aérea dura 3 turnos, podendo ser encerrada antes por vontade do usuário. Durante este estado, não é possível conjurar magias de fogo ou terra, por incompatibilidade elemental. Itens metálicos não protegidos por runas ou encantamentos arcanos são puxados pelas forças das correntes e podem escapar do corpo do usuário. A forma pode ser interrompida a qualquer momento, mas o custo permanece.

Ao término da Forma Aérea, seja por duração total ou encerramento voluntário, o corpo do usuário sofre um colapso atmosférico temporário, chamado de Desorientação Etérea, que reduz sua DESTREZA e PODER em 1 nível por 1 turno. Essa exaustão representa a dificuldade de reencaixar a alma em um corpo que já sentiu a leveza dos ventos imortais.

Ao ativar essa habilidade, o usuário abandona a forma corpórea comum e se funde ao próprio fogo. Chamas ancestrais cobrem seu corpo, moldando sua silhueta até que carne e brasas se tornem uma só existência. A pele brilha como carvão incandescente, os olhos ardem em amarelo profundo, e cada passo deixa marcas derretidas no chão. Essa transformação não é apenas física — é espiritual. O usuário passa a existir entre dois estados: matéria e chama, vida e combustão. Durante esse tempo, suas emoções são intensificadas, sua mente se conecta com a lembrança da primeira chama, e seu corpo se torna quase intocável por meios mundanos. Enquanto estiver sob a Forma Ígnea, o usuário torna-se imune a ataques de fogo e recebe grande resistência contra magias de gelo e terra. Seus ataques físicos causam dano de fogo adicional, e habilidades ligadas ao elemento fogo têm seus efeitos ampliados. Inimigos corpo a corpo que o atacarem sofrem dano abrasador ao contato com a pele em chamas. A transformação dura por 3 turnos, podendo ser encerrada antes por vontade do conjurador. Após o uso, o corpo do usuário fica exausto, sofrendo redução temporária em DESTREZA e PODER por 1 turno. A Forma Ígnea é uma habilidade de transformação avançada, geralmente acessível apenas àqueles que alcançaram níveis superiores no atributo PODER ou que tenham firmado laços diretos com fontes arcanas do fogo — como salamandras, fornalhas elementais ou pactos com entidades flamejantes. Não é possível manter a forma ígnea enquanto conjura habilidades de gelo ou água. Itens inflamáveis portados pelo usuário são temporariamente protegidos por um selo térmico, mas podem ser destruídos se a habilidade for utilizada de forma descuidada. A transformação pode ser interrompida voluntariamente a qualquer momento, mas a penalidade de exaustão ainda será aplicada.