Uma dádiva sublime — mas como toda luz absoluta, carrega consigo um fardo proporcional à sua glória. Ao evocar a Lux Seraphica, o anjo se desfaz da matéria e se funde à essência da criação, tornando-se um ser de luz viva. Porém, nesse estado, ele deixa de estar ancorado ao tempo comum e à percepção linear, o que gradualmente desfaz seus vínculos com o plano físico. Quanto mais tempo permanece como fóton, mais frágil se torna sua noção de identidade, podendo confundir-se com a própria luz e perder-se entre os véus do firmamento. A intangibilidade, embora perfeita contra ataques mundanos, o impede de interagir diretamente com o mundo material — ele não pode empunhar objetos físicos, proteger aliados com os braços ou interferir em construções concretas enquanto estiver em sua forma luminosa. A Translação Luminosa, por mais poderosa que seja, exige visão clara ou selos previamente abençoados; qualquer perturbação na percepção ou quebra do selo o impede de se mover, podendo deixá-lo vulnerável no momento mais crítico. Manipular a luz celestial consome vastas reservas de energia espiritual, e cada manifestação — uma lâmina, um pilar, um prisma — consome um fragmento da centelha divina dentro de si. Usar tais formas de maneira imprudente pode apagar temporariamente sua conexão com o Alto, privando-o de qualquer canalização posterior. Por fim, o Hino da Radiância Suprema, ápice da técnica, só pode ser entoado quando o anjo está em plena harmonia com a justiça celeste. Caso haja dúvida em seu coração, hesitação em seu julgamento, ou se sua alma estiver manchada por orgulho, o Coro Solar se fragmenta e desce em dissonância — queimando não apenas os indignos, mas também aliados e o próprio invocador. Após o uso pleno da Epifania, o anjo entra em um estado de exaustão espiritual profunda, onde sua presença celestial se enfraquece, tornando-se incapaz de conjurar luz por um longo período. Epifania dos Véus Luminares é, portanto, o milagre e a prova. A glória de um anjo que ousa tocar o Fiat Lux… mas que, ao fazê-lo, arrisca também se dissolver para sempre no brilho do que nunca deveria ser contido.