[NÍVEL I] — Corte Sangrento: Ao empunhar a Vermiculum pela primeira vez, o portador sente a lâmina pulsar como uma veia exposta. Cada golpe fere não apenas a carne, mas drena a essência vital do alvo, absorvendo o sangue que escorre ao longo da serpente Ouroboros esculpida na base da foice.
Esse sangue não se perde: parte dele é armazenado num reservatório oculto na lâmina viva, parte retorna para o corpo do portador, selando feridas recentes, anestesiando dores menores e prolongando a resistência física. Muitos descrevem que, logo após o impacto, sentem um calor febril percorrer suas veias — um lembrete de que todo fim alimenta um recomeço.
[NÍVEL V] — Maré Carmesim: À medida que o laço com o ciclo se aprofunda, a Vermiculum aprende a expandir seu domínio. O sangue coletado na lâmina torna-se uma maré viva: com um giro cerimonial, o portador pode liberá-lo para envolver a foice em uma auréola carmesim. Essa maré prolonga o alcance de cada golpe, como uma extensão líquida da lâmina, capaz de dilacerar múltiplos inimigos ou erguer uma muralha fluida que intercepta flechas, projéteis e até ataques espirituais menores. Em volta, quem observa pode jurar ver figuras humanoides no sangue — ecos dos inimigos caídos, que jamais escapam do abraço da serpente Ouroboros.
[NÍVEL X] — Devorador de Essências: A Vermiculum revela agora sua verdadeira fome: não se contenta mais com carne. Cada corte abre um rasgo na essência do alvo, devorando fragmentos de alma. Seres corrompidos, amaldiçoados ou não-mortos são especialmente vulneráveis — suas energias espirituais são sugadas para dentro do ciclo, seladas nos anéis da serpente na foice. O portador sente essa força pulsar dentro do cabo, tornando seus músculos mais densos, a mente mais desperta, e seus sentidos aguçados para presas contaminadas. Mas absorver tantas essências é perigoso: pesadelos surgem, vozes de fragmentos devorados sussurram segredos, mentiras e desejos que podem não ser os do portador. É dito que aqueles que empunham a Vermiculum por muito tempo acabam misturando suas vontades com as de cada alma engolida.
[NÍVEL XV] — Rito do Renascimento: Quando a morte se aproxima, a serpente Ouroboros mostra sua dádiva. O portador, mesmo mortalmente ferido, pode oferecer o sangue acumulado na foice para alimentar o ciclo. O sangue jorra do reservatório da lâmina, mistura-se ao seu corpo dilacerado e, em um sussurro de agonia, costura carne, regenera ossos, reinicia o fôlego — um Renascimento Provisório, incompleto, mas suficiente para voltar à caça. Cada renascimento, no entanto, é um pacto sombrio: fragmentos das almas devoradas fluem para o corpo refeito. Suas vozes passam a ecoar nos pensamentos do portador. Alguns renascem com marcas estranhas, olhos de cor diferente, ou cicatrizes em forma de serpente. O preço é claro: quanto mais vezes desafia a morte, mais o portador se torna uma casca que abriga a legião faminta do ciclo.
[NÍVEL XX] — Círculo de Ouroboros: No auge do domínio, o portador pode manifestar a plenitude do ciclo eterno. Ao cravar a Vermiculum no solo, derrama o sangue e as essências armazenadas, criando um círculo carmesim que pulsa como um coração ancestral.
Dentro desse círculo, aliados são regenerados, purificados de venenos ou corrupções; seus corpos se fortalecem por um breve instante, como se fossem serpentes renascendo da própria pele.
Inimigos, por outro lado, sentem seu sangue ferver, suas almas rasgarem — suas essências são drenadas, alimentando o reservatório da foice mesmo que o portador caia. Quando o Círculo de Ouroboros se fecha, parte do portador também é reclamada: fragmentos de sua própria alma são engolidos pela serpente, tornando-o mais vazio por dentro — e mais ligado ao ciclo do qual não poderá escapar. Dizem que quem realiza o Círculo de Ouroboros três vezes se torna um avatar do ciclo, condenado a renascer eternamente na lâmina para sempre servir à fome da serpente.