O Grimório de Vanitas não mata vampiros por destruição direta, mas através de um ritual de Reversão Sanguínea, onde o pecado original do vampiro é reaberto como uma ferida viva, até que a alma entre em colapso e escolha: redenção forçada ou extermínio absoluto. Isso é possível graças ao poder de Ofiúco, a 13ª constelação esquecida do Zodíaco, que simboliza o domínio sobre ciclos proibidos — morte, serpentes, veneno, cura e queda.
Atributo Arcano: O Selo Ofiúsico
O portador do Grimório recebe a marca de Ofiúco, um selo serpentino que gira em seu pulso como um zodíaco quebrado. Esse selo representa o número 13, o símbolo da ruptura do ciclo vampírico.
Sistema Passivo: Memória do Sangue
Cada vez que um vampiro é derrotado pelo Grimório de Vanitas, sua essência não desaparece — ela é absorvida, selada e transcrita em uma nova página viva do livro. Essa página pulsa, respira e murmura fragmentos do que o vampiro foi em vida e morte. Sua fraqueza torna-se visível como uma rachadura mágica no pergaminho. Suas técnicas, mesmo as mais profanas, são descritas em runas móveis, que brilham quando o portador deseja utilizá-las. Por um breve instante — um único turno — o portador pode invocar um eco dessas habilidades, como se emprestasse o poder do caído, assumindo seu gesto, sua magia ou seu golpe. Ao tocar a página, o portador mergulha nas lembranças do vampiro selado, acessando memórias enterradas que revelam traições, rituais, pactos, amores perdidos, massacres e arrependimentos. Essas visões são mais do que relíquias — elas são armas: podem ser usadas como provas em julgamentos arcanos, conduzir investigações, revelar conspirações esquecidas ou segredos da alta aristocracia vampírica. Algumas páginas contêm pistas sobre a linhagem original de Vanitas, outros filhos da Lua Azul, ou mesmo fragmentos da maldição primordial que o gerou. Com cada vampiro selado, o Grimório se expande, se enriquece e se aproxima da totalidade de um conhecimento impossível — como se, ao compilar os nomes e dores de todos os amaldiçoados, ele mesmo se tornasse a antítese final.
I. Fase da Incisão – Nascente da Maldade
“Todo sangue carrega uma origem. Toda origem, uma ferida.”
Ao abrir uma página específica do Grimório de Vanitas e banhá-la com o sangue recém-coletado do alvo, o portador invoca o primeiro ciclo do Selo Ofiúsico: a Incisão. Essa etapa não fere o corpo — mas rasga a alma. O Grimório revela, em sua caligrafia mutante, o Verdadeiro Nome do vampiro, aquele suprimido pelo pacto que o tornou imortal, oculto sob séculos de corrupção. Uma vez revelado, esse nome ecoa como um sinete psíquico que força o vampiro a confrontar sua origem, seu momento de queda, e todos os laços abandonados no instante em que escolheu a noite. O impacto é brutal. O alvo é assolado por visões involuntárias de sua vida anterior, de seus últimos suspiros como mortal, dos olhos de quem matou ou de quem amava. As emoções perdidas retornam como um maremoto: arrependimento, culpa, raiva, desejo de redenção — ou a certeza cruel de que jamais voltaria atrás. Vampiros atingidos por essa revelação devem resistir com suas defesas mentais ou sofrer colapso psíquico temporário, perdendo sua capacidade de ataque, concentração ou coordenação enquanto as visões os subjugam.
Se o vampiro renega sua humanidade durante esse colapso — ou se sua essência for tão corrompida que já não possa reconhecê-la — o Selo Ofiúsico emite uma luz púrpura e bloqueia sua regeneração por três turnos consecutivos, impedindo qualquer cura física ou mágica. A maldição em seu sangue se agita como uma serpente agoniada, e seu corpo começa a sentir, mesmo que por um instante, a aproximação da morte real.
II. Fase da Inversão – Serpente da Cura
“Para curar, é preciso sangrar. Para purificar, é preciso morrer.”
Ao prosseguir com o ritual, o Grimório de Vanitas entra em sua segunda fase, a Inversão — onde o que antes era poder se transforma em ruína. Das páginas do livro, entre símbolos oscilantes e respirações arcanas, emerge Nethes, a Serpente de Ofiúco, uma criatura espectral feita de luz quebrada e sombras pulsantes. Nethes não ataca o corpo — ela envolve a alma do vampiro, lentamente se enrolando em espirais até encontrar os elos que sustentam sua imortalidade, e então começa a devorá-los, um por um, com mordidas silenciosas e inexoráveis. A sensação para o alvo é indescritível: como se algo profundo estivesse sendo arrancado, não de sua carne, mas de seu núcleo vital. A dor que experimenta não é apenas física, mas espiritual — é a agonia de ser “curado” contra a própria vontade. Um processo que trata a maldição como doença, e o vampiro como um paciente condenado a decidir entre aceitar a cura ou morrer sangrando.
A cada turno em que o vampiro resiste à ação purificadora de Nethes, ele perde gradualmente as habilidades passivas que o definem como imortal: sua invisibilidade se dissipa, seus sentidos aguçados se embotam, sua superforça enfraquece, sua hipnose se quebra — ele começa a cair, camada por camada, como se a eternidade estivesse apodrecendo por dentro. Mas se, em algum momento, o alvo ceder emocionalmente — seja por culpa, lembrança, arrependimento, ou desejo verdadeiro de salvação — o Grimório reconhece o gesto. Então, oferece a Redenção da Carne, um selo que transforma o vampiro em mortal mais uma vez. No entanto, essa cura carrega um preço: perda de memórias, fragilidade extrema, colapso mental ou até mesmo o surgimento de um novo trauma — pois a mente de quem viveu séculos como predador raramente sobrevive intacta ao retorno à condição humana.
Se o vampiro resistir até o fim, mantendo-se firme mesmo enquanto perde partes de si, o ritual não o absolve. O ciclo não se encerra. E o Grimório, ao sentir que sua oferenda foi recusada, executa a próxima fase sem piedade — levando a sentença à sua forma mais pura: a morte.
III. Fase da Extinção – Corte Ofiúsico
“Quando o ciclo se fecha, nem mesmo a noite permanece.”
Com o ritual do Grimório de Vanitas completo — após a revelação do nome, a exposição da origem e a tentativa de redenção falha — a fase final se manifesta: a Extinção. É nesse instante que o portador, portando a plenitude do Selo Ofiúsico, conjura a técnica final: o Corte Ofiúsico, uma lâmina de energia serpentina, feita de espirais de luz espectral e trevas cristalizadas, que gira sobre si mesma como um anel devorador do tempo.Essa lâmina não corta carne, nem separa membros. Ela não derrama sangue. O que ela fere é a maldição primordial enraizada no ser. Ao ser invocado, o Corte Ofiúsico desfaz o vínculo entre o alvo e a eternidade. Ele rompe o fio imortal que o prende ao ciclo da sede, da sombra e da noite. Vampiros atingidos por esse corte não deixam cinzas, alma, aura nem vestígios etéreos. Não há grito, não há explosão, apenas o silêncio do desaparecimento absoluto. Nem mesmo necromantes podem evocá-los depois. São apagados do tecido da realidade — como se nunca tivessem existido.
Mas o poder do Corte Ofiúsico vai além da vítima imediata. Ele apaga a linhagem do vampiro destruído: seus descendentes, lacaios de sangue, e qualquer outro ser criado por sua essência também sentem os efeitos — perdendo parte ou toda a força recebida. Em alguns casos, vampiros descendentes morrem subitamente, desprovidos da origem que os sustentava. Em outros, voltam à forma humana ou tornam-se instáveis, ameaçados por uma combustão da alma. O Corte Ofiúsico é a morte definitiva do mal ancestral, a sentença final àqueles que desafiaram os deuses com sua fome eterna. Ele não apenas destrói — ele corrige. Uma vez conjurado, o portador sente o peso do que foi eliminado. Uma parte de sua alma é marcada pela memória do nome apagado, como se carregasse o túmulo de algo que já não existe. Porque ao matar uma maldição… ele também carrega sua ausência.
habilidade Suprema: verdadeiro nome
“E quando teu nome verdadeiro for pronunciado, tua vontade não mais será tua — mas da serpente que te devora.”
Quando o portador do Grimório de Vanitas descobre e pronuncia corretamente o Verdadeiro Nome de um vampiro ou demônio — aquele nome original que existia antes da transfiguração, antes da maldição, antes da corrupção — ativa-se a Habilidade Suprema do livro: Verdadeiro Nome, um feitiço de conjuração única que evoca o poder absoluto do Selo de Ofiúco, unindo força celestial e abismo infernal em um único comando. Esse nome, ao ser dito, reverbera pelo véu das realidades. A alma do imortal, selada em arrogância e poder, é então despida e exposta, como uma raiz arrancada da terra. O nome atua como um selo invertido, anulando resistências arcanas, vínculos demoníacos, pactos antigos e até bênçãos profanas. Nada é capaz de proteger aquele que teve sua verdade exposta. A alma do alvo é imediatamente subjugada — não por força, mas por uma verdade superior: a recordação daquilo que ele era antes de ser o que é. Com isso, o portador do Grimório conquista controle total sobre o corpo, a mente e as ações da criatura nomeada. O alvo não pode desobedecer, e mesmo sua vontade de resistir se torna uma fagulha frágil sob o peso do nome verdadeiro.
Durante esse estado, o portador pode ordenar qualquer ação — desde ataques, confissões, ou mesmo rituais de autodestruição — e o alvo será forçado a obedecer, consciente, porém impotente, encarando sua própria ruína como um espectador. A duração da habilidade é curta: 3 turnos sob influência plena. Mas esse tempo é suficiente para decidir o destino de linhagens, castelos, pactos seculares e eras de domínio. É um feitiço de autoridade ancestral, temido até pelos mais antigos. Contudo, há um preço: o portador sente, por completo, a dor da alma que subjuga. A culpa, o medo, as lembranças fragmentadas — tudo atravessa sua mente como estilhaços. E se usar esse poder demasiadas vezes, poderá começar a confundir sua identidade com a daqueles que domina, tornando-se, pouco a pouco, algo mais próximo do que caça.
Efeitos da Habilidade Suprema
Ao pronunciar o nome original em voz clara e direta, o portador invoca o Mandamento Ofiúsico, uma lei universal que sobrepõe a natureza maldita do alvo, como se cortasse o elo entre ele e sua autonomia sobrenatural. O alvo é colocado sob controle absoluto do portador. Movimentos físicos, capacidades mágicas e até pensamentos podem ser comandados por até 3 turnos. Durante esse tempo, o alvo não consegue desobedecer, a não ser que possua imunidade cósmica ou ancestral ao controle de nomes. O alvo retém consciência, mas vive aprisionado em sua própria carne, sendo forçado a executar as ordens — o que pode levar à insanidade, ruptura psíquica ou até autodestruição. O portador pode usar esse controle para forçar confissões de crimes e segredos antigos ou fazer com que o alvo ataque outros de sua espécie, também podem executar autoaniquilação ritual, forçando a alma a romper-se em silêncio.
Condicional de Ativação
Essa habilidade só pode ser usada se o Verdadeiro Nome estiver completo, ou seja, a origem do nome (vida humana ou essência demoníaca), a forma que recebeu a maldição (quem o amaldiçoou ou o transformou) ou o ato de transgressão inicial que fez sua alma se corromper. Essas três camadas precisam ser descobertas, seja por investigação, tortura psíquica com o Grimório, ou acesso a registros proibidos.
Risco e Limitação
A pronúncia do nome verdadeiro rasga parte da alma do portador, criando cicatrizes espirituais permanentes. A cada uso, o usuário se aproxima do colapso mental ou da transformação em algo semelhante ao que caça. Entidades muito antigas ou que renegaram completamente seu passado podem tentar resistir. Se o controle falhar, o usuário é marcado com o “Contra-Nome”, uma maldição que os impede de falar para sempre.
Limitações e Maldições
Cada uso do grimório desgasta a sanidade do portador. Ver memórias alheias exige pagar com as próprias.n O portador sente a dor de cada vampiro purgado, como se fosse seu próprio pecado ancestral. A Marca Ofiúsica torna o portador invisível a vampiros normais, mas inevitavelmente visível às entidades primordiais do sangue, como o próprio Vanitas.
“A maldição nasceu do amor imortal. E será o amor que irá matá-la, ainda que sob a forma de veneno.”