[NÍVEL I] – Clarão do Primeiro Voto: Ao ser empunhada por alguém que carrega um pingo de nobreza no coração, Eirandel exala um brilho tênue — não ofuscante, mas profundo — como o primeiro raio do sol que penetra a escuridão após uma longa noite de tormenta. Esse brilho não ilumina apenas o caminho físico, mas também o espiritual, dispersando magias ilusórias, medos plantados por necromantes e sombras invocadas para corromper a mente. A cada golpe, a lâmina carrega uma memória de dias melhores — e inimigos de alma perturbada hesitam, como se esquecessem por um momento que eram monstros. A escuridão cede não pelo corte, mas pela lembrança do que significa estar vivo e lúcido diante da luz.
[NÍVEL V] – Promessa da Luz Silente: Mesmo embainhada, Eirandel pulsa como um coração de alvorada, irradiando uma presença sutil e constante. Ao ser empunhada em silêncio, sem palavras, sua luz branda espalha-se como a bruma das primeiras manhãs sobre um campo arruinado. Corrompidos vacilam. Vampiros e demônios sentem o gosto do dia na garganta. Essa presença não queima, mas sufoca — não com dor, mas com a ausência do espaço escuro onde eles reinam. Aliados contaminados por maldições leves ou por mentiras antigas encontram clareza; vozes internas que sussurravam medo e desânimo são caladas, substituídas por uma sensação de ânimo sereno e renovador. A espada não diz: “Lute.”
Ela diz: “Lembre-se de quem você é.”
[NÍVEL X] – Limiar da Aurora Perene: Quando Eirandel é cravada no solo, um pilar de luz dourada ascende ao céu, como se o próprio mundo segurasse a respiração para ouvir um antigo cântico. Um campo se forma ao redor do portador, e nele o tempo não para… mas recusa-se a deixar que a morte aconteça. Ferimentos não pioram. Sangue não escorre. Almas não escapam. Tudo e todos — heróis ou inimigos — entram num estado suspenso, como um suspiro eterno antes do fim. É o instante de paz que antecede o último golpe… mas o golpe não vem. Porque Eirandel quer dar uma chance. Quer lembrar que a vida é uma dádiva antes de ser um direito. Quando o campo se desfaz, as batalhas retornam… mas raros são os que se atrevem a lutar com o mesmo ódio de antes. Muitos, mesmo os mais ferozes, hesitam — e repensam.
[NÍVEL XV] – Julgamento do Horizonte Dourado: Com um giro firme e uma postura ereta, o portador traça no ar um arco de luz que não corta carne, mas essência. Não importa quantas camadas de mentira, feitiço ou corrupção escondam a alma: Eirandel penetra através delas com a clareza do sol ao meio-dia. Demônios que se disfarçavam de homens gritam, pois suas verdadeiras formas são reveladas. Maldições disfarçadas de bênçãos explodem em partículas douradas. Até os heróis são afetados: suas intenções, puras ou não, são trazidas à tona como reflexos em águas cristalinas. Durante breves segundos, ninguém pode esconder o que realmente é. Aqueles que resistem à revelação são banidos da realidade luminosa, lançados em confusão e colapso espiritual. A espada não pune por prazer, mas por dever — pois a verdade é o primeiro passo para qualquer redenção.
[NÍVEL XX] – Nascente da Última Luz: Na culminação de sua jornada, o portador ergue Eirandel aos céus. O ar estremece. As nuvens se abrem. O tempo desacelera — não por mágica, mas por reverência. E então, de sua lâmina, brota a última luz do universo: a Luz do Recomeço. Onde o campo de batalha jazia em sangue e cinzas, brotam flores douradas que não pertencem a nenhum mundo conhecido. Corpos despedaçados se recompõem — não como eram antes, mas como poderiam ter sido se tivessem escolhido outro caminho. Aqueles que ainda respiram, mesmo que por um fio, recebem uma centelha da luz invencível. Ela não garante vitória. Ela garante sentido. E mesmo os inimigos, por um instante, se veem refletidos na lâmina da esperança. E se perguntam: “Vale mesmo a pena continuar lutando contra isso?”