Em meio ao cair das eras, quando os céus ainda carregavam o peso dos votos entre deuses e reis, nasceu uma lâmina que não foi feita para vencer inimigos, mas para lembrar-lhes o que era certo antes do erro. A Clarion de Tarsviel não é uma espada comum — é o símbolo cristalizado da justiça que não grita, da honra que não precisa provar sua existência. Sua lâmina é fina como uma promessa sagrada e afiada como a verdade. Seu brilho não cega — revela. Forjada nas Fornalhas Suspensas de Yll’Taen por mestres que cantavam enquanto moldavam o metal, Clarion foi imbuída com o som da aurora, o primeiro clarim de cada manhã que anuncia o dia não com violência, mas com inevitabilidade.
— habilidades passivas
Luz do Voto Inabalável
Enquanto Clarion estiver embainhada ou repousando, seu portador emana uma aura de firmeza silenciosa. Aqueles ao seu redor sentem-se compelidos à honestidade, à postura reta e à reflexão. Mentiras tornam-se difíceis de sustentar, encantamentos ilusórios tremem e se desfazem, e pactos falsos desabam com o tempo. A presença da espada exige integridade até dos mais corrompidos — não pela força, mas pela vergonha súbita de não corresponder à expectativa da luz.
Sopro da Aurora Serena
Quando o portador age com compaixão em meio ao conflito, Clarion responde. Seus movimentos tornam-se mais rápidos, mais refinados, guiados não pelo instinto de combate, mas por uma elegância sagrada. A espada parece conduzir-se sozinha, desviando de ataques, cortando apenas o necessário, ferindo sem brutalidade. Cada estocada é uma resposta, nunca um ataque. Clarion não abre caminho pela destruição, mas pela correção.
Lamina do Coração Exposto
A lâmina de Clarion não corta carne em primeiro plano. Ela fere as intenções. Cada golpe bem-sucedido revela, mesmo que por breves segundos, os verdadeiros sentimentos do alvo: medo, orgulho, dúvida, inveja. O ferido é exposto, não fisicamente, mas emocionalmente. Isso enfraquece defesas mágicas ligadas a vontade, fé ou manipulação, pois a espada obriga o ser a encarar a si mesmo.
— habilidades ativas
Clarim da Verdade Dourada
Ao erguer a espada e cravá-la no chão ou projetá-la em gesto vertical, o portador invoca o Clarim — um chamado etéreo, quase inaudível, que ecoa dentro das almas, não nos ouvidos. Todos os presentes são forçados a sentir o peso de suas escolhas recentes. Aqueles que lutam por causas falsas perdem força, foco e convicção. Já os que estão firmes em propósito nobre ganham ímpeto, precisão e coragem. O campo de batalha se torna julgamento silencioso, onde o som do Clarion substitui a dúvida pela clareza absoluta.
Corte da Promessa Partida
Clarion traça no ar um arco de luz quando utilizada com intenção punitiva. Se o alvo violou um pacto, traiu um aliado, ou quebrou um voto, o golpe se torna imparável. A lâmina ressoa com o som de mil juramentos ruindo e atravessa qualquer proteção mágica ou divina vinculada à honra ou lealdade. O golpe não mata — mas remove o poder que foi sustentado pela promessa traída. Um rei perde sua autoridade. Um paladino perde seu elo com a fé. Um juramento se quebra… de forma definitiva.
Véu da Primeira Alvorada
Ao ser envolto por caos ou desespero, o portador pode ativar a última verdade da espada: o direito à redenção. Clarion irradia uma luz tênue e azulada, como o primeiro nascer do sol após uma longa noite. Inimigos ao redor sentem suas armas pesarem, suas mãos tremerem. O combate se desacelera, e por breves instantes, a luta para. Aquele que deseja recuar, pedir perdão ou cessar o conflito pode fazê-lo. Clarion não julga — apenas oferece uma nova chance. Uma única vez.