Antes do tempo, antes mesmo do primeiro nome dado ao fogo, Vor’kar já dormia sob as raízes do mundo. Não era um dragão comum, mas a manifestação primeva da harmonia entre o som e a fúria — uma entidade que respirava música e exalava cataclismos. Quando finalmente pereceu, não deixou corpo, mas uma última canção, selada nas cordas de um instrumento forjado nas entranhas do Monte Ar’kynth. A Cítara de Vor’kar carrega não apenas notas, mas ecos — cada uma gravada no tom de uma linhagem dracônica ancestral. Ela vibra com sons que os humanos não conseguem reproduzir, mas que os céus entendem. Sua madeira foi moldada com as escamas endurecidas do próprio Vor’kar, e suas cordas, tecidos de alma, tensos com as últimas palavras dos dracos extintos.
— habilidades passivas
Ressonância de Sangue Dracônico
Ao ser empunhada por qualquer criatura com traços ou herança dracônica, a cítara pulsa com intensidade, amplificando habilidades ligadas ao fogo, ao vento ou ao trovão, dependendo da natureza do ancestral do portador. Quanto mais próximo da essência verdadeira dos dragões, mais harmônico e caótico se torna o som — ao ponto de conjurações ganharem vida própria, rugindo enquanto são lançadas.
Concerto de Escamas Silenciosas
A simples presença da cítara no campo de batalha provoca desconforto em bestas, monstros e entidades mágicas — todos sentem que algo mais antigo do que eles está despertando. Seres com essência inferior à dracônica têm dificuldade em manter foco, pois a melodia os submete a instintos primordiais de temor. Aliados, por outro lado, são inspirados por bravura e memória — como se herdassem parte da coragem dos dracos lendários.
Eco de Vor’kar Dormindo
Quando silenciada, a cítara emite uma vibração muda, imperceptível aos ouvidos comuns, mas presente no plano espiritual. Essa vibração cria uma camada de proteção sutil ao redor do portador, bloqueando encantamentos de manipulação mental e ilusões, como se dissesse ao mundo: “Aqui repousa o espírito de um dragão. Respeite sua vontade.”
— habilidades ativas
Balada da Colisão Estelar
Ao tocar três notas em sequência irregular, a cítara convoca um rugido espectral que atravessa o véu dos planos. Fragmentos espectrais de dragões mortos há milênios cruzam o céu, embatendo-se no campo de batalha como meteoros envoltos em fogo ancestral. Cada impacto carrega a força do crepúsculo de uma linhagem, atingindo o inimigo não apenas fisicamente, mas com memórias de destruição extinta.
Acorde do Grito dos Céus
Um único acorde dissonante, quase insuportável aos sentidos, reverbera como uma ruptura no tecido da realidade. Durante seu som, nenhuma criatura pode voar, planar ou teleportar-se. As asas caem pesadas. O ar se recusa a carregar magia. É o chamado da gravidade ancestral que lembrava aos dragões que, um dia, eles também deveriam rastejar. Ao final da nota, um trovão ecoa — mesmo que não haja nuvens.
Lamento de Syth’rex
Essa melodia pode ser tocada apenas uma vez por combate. Invoca não um ataque, mas uma presença. Um avatar translúcido de Vor’kar, com dezenas de olhos brilhando em azul, ergue-se atrás do portador e, durante breves momentos, replica todos os movimentos de quem empunha a cítara. Magias duplicadas, ataques replicados, acordes amplificados — tudo é tocado em uníssono com a sombra do primeiro dragão cantor. Ao final, o avatar explode em chamas azuis, deixando no ar apenas cinzas e silêncio absoluto.