[NÍVEL I] — Segundo Retido: Quando o Chronoscetum toca a pele, o portador sente um frio que não pertence ao vento: é o roçar de grãos de tempo, cada um preso num vórtice de areia viva que jamais se assenta. O Segundo Retido permite suspender um instante de perigo: uma lâmina prestes a trespassar, uma queda que deveria esmagar ossos, uma flecha que jamais chega a tocar. Não é parar o tempo — é engarrafar um sopro de eternidade. Mas a cada segundo salvo, um reflexo é criado: sussurros de segundos alternativos rondam a mente do portador, sussurrando o que poderia ter sido — até mesmo em sonhos. Poucos suportam ouvir seus próprios ecos.
[NÍVEL V] — Laço Desfeito: À medida que o Chronoscetum molda o usuário, o Laço Desfeito emerge. Essa habilidade permite rasurar um trecho da linha que se acabou de viver: uma palavra dita que não deveria ecoar, um toque fatal que não deveria existir, um pacto que se tornou uma armadilha. Ao quebrar o laço, o portador sente uma fisgada — é o tecido do tempo se retesando, tentando costurar uma cicatriz onde antes havia um nó. Cada Laço Desfeito, porém, é um fragmento de realidade que se perde: lembranças borradas, déjà-vus estranhos, uma certeza de que parte de si já viveu — e talvez já tenha morrido — naquele instante reescrito.
[NÍVEL X] — Passagem Deslocada: Neste estágio, o Chronoscetum se torna uma chave viva. O Passagem Deslocada permite ao portador saltar para uma dobra entre segundos — uma fratura curta no fluxo que o move como um borrão entre realidades. Pode esquivar-se de ataques inevitáveis, mover-se através de corredores fechados ou aparecer atrás de um inimigo antes mesmo de ser visto. Mas cada salto é como rasgar uma folha do próprio livro da existência: cada vez, uma pequena rachadura surge no reflexo do portador — sombras que se mexem fora de sincronia, um sorriso que demora a surgir, olhos que piscam fora do compasso.
[NÍVEL XV] — Eco da Aurora: A maré do tempo se curva quando o Chronoscetum desperta o Eco da Aurora. Com esse poder, o portador pode englobar aliados num campo de refluxo: ferimentos profundos cicatrizam revertendo-se ao estado de antes do golpe, maldições frágeis podem ser desfiadas como linhas podres, e palavras de força podem ser repetidas como se fossem versos inscritos em pedra. Mas tudo que é revertido exige equilíbrio: memórias podem se embaralhar, emoções que foram superadas ressurgem, pecados esquecidos se entrelaçam ao presente. Cada vez que o Eco é usado, a areia viva gira mais rápido, ofegando como se fosse um coração que sangra eras jamais vividas.
[NÍVEL XX] — Rasgo do Limiar: No auge, o portador do Chronoscetum toca o Rasgo do Limiar — um limiar tão antigo quanto o primeiro sopro de realidade. Ao ativá-lo, pode-se abrir uma fenda absoluta: reverter uma morte que não deveria ter sido, impedir uma calamidade, costurar de volta uma linhagem inteira. É como reescrever o pergaminho de um destino inteiro. Mas cada Rasgo não é apenas uma porta: é um abismo. Para cada fio refeito, um pedaço do portador se perde: memórias queridas apagam-se como tinta em pergaminho molhado, fragmentos de identidade se dissolvem na areia que gira dentro do pingente. Tecelões da Aurora Tardia dizem que aqueles que ousam abrir o Rasgo mais de uma vez tornam-se âncoras partidas: fantasmas que vivem em mil momentos ao mesmo tempo, incapazes de lembrar quem foram na primeira linha escrita. Serian Dhal, o primeiro Tecelão, tentou desfazer uma guerra inteira — quando abriu o Rasgo, nunca mais se ouviu seu nome completo. Mas seu sussurro permanece dentro do Chronoscetum, rodando em espirais de areia que jamais se aquietam.